quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Crise Moral

Dois fatores são os principais responsáveis por todo o mal que a humanidade vive atualmente: as limitações do sistema capitalista e o medo. Tendências políticas à parte, não critico o sistema ideológico atual a partir de crenças pessoais, mas sim levando em consideração fatos que evidentemente constituem as principais mazelas atuais. E, da mesma maneira, me refiro ao medo não no sentido de aflições e neuras individuais mas à impermeável camada de autoritarismo que acoberta nossas reais vontades, sucateadas bem no fundo de nossa alma moldada segundo as regras da verdadeira selva que é a nossa sociedade atual.

"Democracia", "liberde" e "direitos individuais"? Pavavras muito bonitas que servem como cortina de fumaça para o real cotidiano consumista, egoista e inconsequente a que somos vítimas. Desde cedo somos educados a não fazer e a não ser o que o capitalismo considera indigno de respeito. Deve-se ser competitivo, individual, ingressar numa boa faculdade, ser um profissional produtivo (isto é, gerador de muito lucro) e respeitar as leis pois só assim seremos bem sucedidos. O "certo" e o "errado" findam com nossas reais crenças e perspectivas, forçando-nos a abandoná-las num inconscinte tão profundo ocultado até de nós mesmos.

Daí nasce o medo. Medo de admitirmos que fraquejamos em alguns pontos. Medo de reconhecermos que apenas usamos calça jeans porque todos o fazem e não porque essa é uma real preferência indumentária. Medo de dizer que somos a favor de Hugo Chávez. Medo de percebermos que temos medo. Mesmo numa triste reflexão solitária em que, se tais pensamentos vêm à tona, os isolamos bem longe do alcance de nossos pensamentos como que se estivéssemos sendo vigiados. E o pior é que na verdade estamos, por toda uma sociedade. Se descobertos, não sobreviveremos na seleção natural do capitalismo, onde apenas os mais ricos, bonitos e prostrados sobrevivem...

E não apenas pessoas são vítimas. Pode-se afirmar que, direta ou indiretamente, o capitalismo é o maior causador de todos os problemas ambientais, focos de endemias e epidemias, segregacionismo social e até dos atuais problemas econômicos. É evidente que se continuar sob a égide desse sistema a humanidade estará fadada à destruição.

No entanto, mais que uma crise de saúde, econômica e ambiental vivenciamos uma crise moral. Precisamos urgentemente resgatar antigos valores humanos e rever conceitos. é necessário tomar como exemplo movimentos revolucionários (como os de 1968!) e resgatar o espírito e a criatividade revolucionária. Só assim ainda haverá espectativas de continuidade da vida humana. Se é que ela ainda vale a pena.